A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai realizar reunião de diretoria colegiada no domingo, 17, para decidir sobre pedidos de uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. "Para tanto, faz-se necessária a entrega, em tempo hábil para análise, dos documentos faltantes e complementares", afirma a agência.
A diretoria da Anvisa é formada por cinco diretores, sendo o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres o presidente do órgão. A data da reunião será no penúltimo dia de prazo estimado pela própria agência para análise dos pedidos.
Segundo painel publicado no site da Anvisa, o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, ainda não apresentou 5,47% dos documentos exigidos para o uso emergencial da Coronavac e 37,64% da documentação ainda está "pendente de complementação". Já 16,19% estão em análise e 40,7% dos documentos tiveram a avaliação concluída.
Já a Fiocruz apresentou todos os documentos exigidos para liberar o uso emergencial da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca. Conforme a Anvisa, 14,44% da documentação ainda está "pendente de complementação". Outros 53,17% estão em análise e 32,39% dos documentos tiveram a avaliação concluída.
O governo federal afirma que no melhor cenário começará a vacinar em 20 de janeiro. Para isso, depende do aval da Anvisa. Cerca de 50 países já iniciaram a vacinação contra o novo coronavírus, incluindo latino-americanos como México e Argentina. O governo de São Paulo marcou para 25 de janeiro o início da vacinação, mas anunciou que pode antecipar a data.
A Pfizer e a Sputnik também analisam pedir o uso emergencial de suas vacina à Anvisa.
Indonésia e Turquia
A Turquia autorizou nesta quarta-feira, 13, o uso emergencial da Coronavac. O ministro da saúde turco, Fahrettin Koca, e membros do conselho consultivo científico do país foram vacinados durante uma transmissão ao vivo pela televisão, logo após a autoridade reguladora de saúde, a Agência Turca de Medicamentos e Dispositivos Médicos, anunciar que havia dado luz verde para uso no país de 83 milhões de doses do imunizante.
Pesquisadores na Turquia e na Indonésia anunciaram taxas de eficácia mais altas - 91% e 65%, respectivamente - mas esses estudos foram pequenos demais para serem conclusivos.
A Indonésia iniciou a vacinação utilizando a Coronavac. O presidente Joko Widodo recebeu a primeira dose do imunizante nesta quarta-feira, 13. O programa de vacinação da Indonésia é o primeiro fora da China a usar a Coronavac em larga escala. O país já registra mais de 846 mil casos do novo coronavírus, com mais de 24,6 mil mortes.