Foi a facilidade de locomoção oferecida pelas ciclovias que fez com que o empresário Leonardo Tosetto, 34 anos, passasse a ir trabalhar, pelo menos duas vezes na semana, de bicicleta. A vontade de manter o corpo ativo foi o principal motivo que fez com que ele trocasse o carro pela bicicleta. O trajeto de nove quilômetros entre sua casa, no bairro Tarraf II, e o trabalho, no Jardim Primavera, é percorrido em cerca de meia hora.
"Eu já andei de skate, depois corria e fazia academia, mas por causa de um problema na coluna e depois a chegada da pandemia me fizeram mudar esse hábito. Então para continuar a praticar um esporte eu comecei a pedalar e como às vezes não dá muito tempo passei a ir trabalhar de bicicleta, assim mantenho a prática de um esporte regularmente", explica.
Na quinta reportagem da série "Aprendendo a andar de bicicleta", vamos falar sobre moradores que estão trocando os carros pelas bikes na hora de ir ao trabalho e sobre as ciclovias que contornam a cidade e facilitam essa locomoção e a prática do esporte.
Deixar o carro na garagem e usar a bicicleta, essa troca tem sido cada vez mais comum entre os rio-pretenses. Mais do que uma opção de lazer e esporte, a bike vem se consolidando como um importante meio de transporte.
Quem já fez a substituição afirma que há muitas vantagens. A financeira é uma delas, já que há economia com o valor do combustível; tem a questão da saúde e também os benefícios ao meio ambiente, já que a bike não emite carbono, e por isso é considerada um meio de transporte ecologicamente correto.
E pedalar por Rio Preto não é tão difícil quanto parece. Apesar de ser uma cidade consideravelmente grande e ter subidas íngremes, o município conta com bastantes áreas planas.
Pedalando desde junho do ano passado, a auxiliar de produção Valdirene Ribeiro Aguiar, de 43 anos, faz questão de ir de bicicleta para o trabalho pelo menos duas vezes por semana. O hábito, que começou durante a pandemia da Covid-19, ajuda a auxiliar a manter a rotina de atividade física.
"Ir de bicicleta me ajuda muito. Como entro bem cedo no trabalho e não tenho tempo para fazer uma atividade física aproveito o trajeto para fazer um exercício e manter a saúde", explica.
Segundo Valdirene, são pelo menos 50 quilômetros feitos com a bike todas as semanas. Isso porque além de ir de sua casa no bairro Jardim Urano até o seu local de trabalho no Parque Industrial, que tem em média sete quilômetros de distância, ela ainda faz questão de pedalar em trilhas uma vez na semana.
"É uma delícia andar de bicicleta. Relaxa a mente", acrescenta.
E para quem acha que ir pedalando ao trabalho demanda mais tempo, a analista administrativo Fernanda Sayuri Figueredo Yokoda, 28 anos, garante que não. Segundo ela, o trajeto de pouco mais de seis quilômetros entre sua casa, no bairro Jardim Caparoz, até o local de trabalho, na avenida Bady Bassitt, demanda o mesmo tempo de carro e de bicicleta. Isso porque a bike, apesar de ir em uma velocidade mais baixa, não enfrenta o mesmo trânsito de quem se locomove de carro.
"Demoro em média 15 minutos para chegar ao trabalho de bicicleta, o mesmo tempo que demoro nos dias que vou de carro. De bike consigo fazer o trajeto todo seguindo pelas ciclovias, utilizando a da avenida Philadelpho Gouveia Neto e depois a da Bady Bassitt, é bem seguro e prático", explica Fernanda.
Mas Fernanda conta que nem sempre foi assim. Ela, que é apaixonada por motos, teve que readequar a rotina depois de sofrer um acidente e perder os movimentos do braço esquerdo. A auxiliar administrativo relata que encontrou na bicicleta uma maneira de se superar.
"Em 2010 caí de moto e tive uma fratura exposta, mesmo depois de diversas cirurgias perdi todos os movimentos do braço esquerdo. Depois disso nunca mais andei de moto. Até que em 2019 me chamaram para tentar andar de bicicleta, eu fui e consegui. Então hoje para mim manter uma rotina de pedal é uma grande conquista", acrescenta.
E para ajudar a se superar e a manter o hábito de ir pedalando ao trabalho, a Fernanda ainda conta com o apoio da empresa onde trabalha que oferece suporte para quem vai de bicicleta.
"Na empresa tem lugar para banho, para trocarmos de roupa e isso ajuda muito a mantermos essa rotina. Além de que posso guardar a minha bicicleta em um local seguro onde sei que ninguém vai mexer ou roubar", explica Fernanda.