A Secretaria de Saúde de Rio Preto confirmou nesta quarta-feira, 6, mais 276 casos de coronavírus na cidade. Desse total, 260 foram detectados por PCR (o exame do cotonete), o que aponta que a infecção está na fase aguda, e 16 foram por teste rápido (feito com o sangue, apontando que o organismo já está desenvolvendo anticorpos contra o coronavírus).
Também foram registrados mais dois óbitos, totalizando 939 - com 36.065 casos confirmados, a taxa de letalidade está em 2,6%. A cidade tem uma média de 201 óbitos a cada cem mil habitantes. É o segundo número mais alto entre as maiores cidades do Estado de São Paulo, atrás apenas de Santos, com 208 a cada grupo de cem mil moradores.
A média móvel (soma da quantidade de casos divulgados na última semana dividida por sete) está em 229,85. A de mortes, que já esteve perto de um, está em 4,2.
Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, afirmou no debate "E agora, Brasil?", em dezembro, que janeiro seria o mês mais triste da história do País por causa do reflexo das festas de fim de ano na pandemia. Outros especialistas seguem o mesmo pensamento e o secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, alertou diversas vezes para que as pessoas evitassem aglomerações - a repercussão será sentida em janeiro e fevereiro no número de casos, taxa de ocupação e mortes, pois depois dos primeiros sintomas demora alguns dias para que o quadro do paciente se agrave e alguns deles passam meses internados antes de falecer.
Esse impacto já está sendo sentido nos números em Rio Preto: em 8 de dezembro, havia 281 pessoas internadas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Nesta terça-feira, 5, eram 300 pacientes, sendo que 147 deles tinham Covid-19 confirmada - o restante estava aguardando resultado de exames ou a doença havia sido descartada. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaguaré, que chegou a ter números praticamente zerados, estava com a enfermaria novamente lotada nesta quarta-feira e 19 pacientes em UTI.
Na primeira quinzena de novembro, as unidades básicas de saúde que atendem pacientes com sintomas de Covid ou a doença confirmada realizaram 3.955 atendimentos; na segunda quinzena, esse número saltou para 5.192. Em dezembro, subiu mais uma vez para 10.462. Como o Diário mostrou, a espera nesses locais é de mais de quatro horas, pois eles estão lotados.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que no pico a média móvel foi de 290 novos casos por dia, com taxa de ocupação de UTI que chegaram a 79,8% - nesta semana, estava em 57,7%. "Embora tenhamos tido uma considerável redução dos casos para uma média de 70 a 80 casos novos por dia, ainda permanecemos com nível de casos que permitiu a circulação da doença. Atualmente estamos com uma média de 190 novos casos por dia, com persistência crescente dos casos desde meados de novembro", pontuou a pasta no texto.
Ainda na nota, a Saúde afirmou que várias pandemias tiveram mais que uma onda de transmissão, mas que para se definir que se trata de uma segunda onda é necessária uma combinação de fatores, como aumento de casos que provoca a superlotação dos sistemas, atingindo taxas de ocupação em que os serviços não consigam absorver ou se organizar. "No momento estamos nesta crescente que preocupa, porém ainda com taxas de ocupação dentro da capacidade de resposta", disse.