Cinco mediações por som alto de festas familiares e nenhuma multa - nem por aglomeração nem por descumprimento à fase vermelha do Plano São Paulo, que durou de sexta-feira, 1º, a domingo, 3. Este é o saldo da fiscalização da Guarda Civil Municipal e da Vigilância Sanitária de Rio Preto durante o feriado prolongado. No período do Natal, foram três autuações contra estabelecimentos comerciais da cidade.
Nesta segunda-feira, 4, os comerciantes puderam reabrir as lojas, após os três dias em que foram obrigados a fechar as portas - na fase vermelha, apenas os estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados, padarias, postos de combustíveis e farmácias, entre outros, podem funcionar.
Dono de uma loja de roupas no Calçadão, Irineu Tavares dos Santos, 57 anos, achou injusto ter sido obrigado a ficar fechado, principalmente no feriado prolongado do Natal.
"Essa medida prejudicou a gente, porque não pudemos faturar em 26 de dezembro, conhecido como tradicional dia de troca de presentes. As pessoas vinham trocar roupas, calçados e produtos que não serviram e aproveitavam para comprar mais coisas. Isso ajudava muito no faturamento. Acho injusto mandar a gente fechar porque cumprimos todas as medidas. Ninguém entra na minha loja sem máscara", reclama o comerciante.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São José do Rio Preto, Ricardo Arroyo, também lamenta a perda do dia de troca. "Fomos contra essa medida de fechamento, principalmente no dia 26 que é uma data de extrema importância para comércio, pois é o dia oficial da troca,o que alavanca as vendas", comenta o diretor.
Arroyo diz que a entidade ainda não calculou qual foi o prejuízo com as portas fechadas durante os dois feriados prolongados.
O descontentamento também era dos consumidores, na maioria idosos, os primeiros clientes a entrarem nas lojas, logo após abertura no Calçadão. "Não precisava fechar o comércio. Todo mundo precisa trabalhar para pagar suas contas e impostos. Os governos deveriam rever esta estratégia de combater o vírus", diz o consumidor José Joaquim Barros, de 57 anos.
Os funcionários de lojas não criticaram o fechamento durante os feriados, pois puderam passar mais tempo com seus familiares, após longa jornada de trabalho, durante o horário ampliado de funcionamento das lojas. "Eu acho este fechamento do comércio necessário para ajudar no combate ao coronavírus. Foi para evitar que as pessoas se aglomerassem. Também foi bom para gente, pelo fato de termos trabalhado muito durante dezembro, tivemos um descanso", diz a balconista Ana Paula Alves Ruggino.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o fechamento do comércio nos feriados prolongados foi determinado por decreto do governo do Estado. Para a Prefeitura, cabia apenas a fiscalização do cumprimento.
Prefeitura, comerciantes, consumidores e funcionários vão aguardar a nova reclassificação estadual, a ser anunciada na quinta-feira, 7, pelo governador João Doria (PSDB).
Pertubação
As denúncias de pertubação de sossego foram nos bairros Jardim Estrela, Eldorado, Anchieta, Gabriela e Lealdade, todos na periferia da cidade, segundo a GCM.
Porta-voz da Guarda Municipal, Roger Assis afirma que em nenhum dos casos foi necessária aplicação de multa, porque as pessoas acataram o pedido para abaixar o som. "As equipes foram até o local, fizeram acordo entre as pessoas, sem necessidade de aplicação de qualquer tipo de punição", afirma.
Sem comando
Desde o dia 31 de dezembro, a Guarda está sem comando nomeado. O diretor Silvio Pedro da Silva e o coordenador operacional Vitor Cornachioni foram exonerados do cargo, como parte do processo de formação do primeiro e segundo escalão da nova gestão do prefeito, Edinho Araújo (PMDB). Até o final da tarde desta segunda-feira, 4, os dois não tinham sido reconduzidos aos cargos nem foram anunciados novos nomes.