- segunda-feira, 05 de fevereiro
Não é de hoje que o Brasil vem se comportando como um barco sem rumo, num oceano de imensas possibilidades. Já faz tempo que os sucessivos governos pouco ou nada de positivo têm tido para oferecer à população, que, decepcionada, apenas assiste à passagem de bonde da História.
Parece um contrassenso que esses governos sofram do mal da falta de projetos nacionais. Afinal, onde estariam aqueles maravilhosos planos de governo traçados pelos marqueteiros, sempre pagos a peso de ouro? Logicamente que toda aquela propaganda nada mais era do que mera estratégia para a captura do poder político.
Desde sempre se sabia muito bem que nada do que fora prometido seria realizado. Ainda assim, gastou-se o que tinha e o que não tinha para a realização de campanhas políticas mirabolantes, tudo pago com dinheiro que nunca saiu do bolso dos próprios candidatos, e muito menos dos cofres dos partidos políticos.
No ano de 2016, o jornal “O Estado de São Paulo” (03/7/16) fez um levantamento, demonstrando que no país havia pelo menos 5 mil obras públicas paralisadas. Eram projetos que incluíam restauração e pavimentação de rodovias, expansão de ferrovias, construção de escolas e demais prédios públicos, obras saneamento básico, etc. Com o agravamento da crise, seguramente isso deve ter piorado.
Boa parte da gravidade dessa situação pode ser atribuída às questões crônicas, como a falta de planejamento, ou a projetos malfeitos ou inadequados, além do excesso de burocracia, que acabam dando margem à corrupção.
Enquanto isso, o principal projeto do governo se resume a arregimentar apoio político para se manter no poder, ou para se reeleger. Essa situação se agravou a partir do final do primeiro mandato do governo Dilma, que tudo fez para alcançar a reeleição, afinal conseguida a duras penas.
Já instalado no segundo mandato, o governo Dilma sangrava publicamente para evitar o impeachment, que, apesar de tudo, acabou se confirmando. Durante todo aquele período, o que menos havia por aqui era projeto de governo; tudo se resumia numa busca incansável pela manutenção do poder.
Agora, ainda que sob outras perspectivas, esse mesmo filme volta a ser encenado. O governo Temer, que desde seu início sofre do mal da falta de legitimidade política, se debate por todos os lados para manter-se no poder e atravessar o seu breve mandato.
Vê-se então que há tempos que por aqui simplesmente não existem projetos políticos voltados para a Nação e o povo. O que temos são governos, cuja meta é simplesmente manter-se no governo. Para isso, não vale aquele ditado “vão-se os anéis, mas ficam os dedos”. O apego pelo poder é tamanho que podem ir o anéis e os dedos, também. Desde que sejam do povo, é claro.
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