Como parte de um movimento global que visa a ensinar os alunos a lidar melhor com as emoções, prepará-los para uma vida mais feliz e desenvolver neles a espiritualidade, o Centro Universitário do Norte Paulista (Unorp) vai incluir na grade curricular, a partir do próximo ano, duas novas disciplinas: inteligência emocional e felicidade e também espiritualidade. A proposta é atingir 3 mil alunos distribuídos em 17 cursos oferecidos pela instituição.
As disciplinas já são aplicadas em grandes universidades públicas e privadas do País e do mundo de forma optativa. Felicidade é também a aula mais concorrida da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ministrada pelo israelense Tal Ben-Shahar.
As duas disciplinas serão ministradas pelo médico psiquiatra Ururahy Botosi Barroso, que faz questão de lembrar que espiritualidade não tem nada a ver com religiosidade, uma criação humana. Ele destaca o alto nível de ansiedade e depressão dos jovens hoje e da inabilidade muitas vezes para lidar com as emoções.
Isso vem reforçar, segundo Barroso, a importância da felicidade, inteligência emocional e espiritualidade ao ser humano.
"O profissional do futuro, além de toda formação básica, precisa ter habilidades para lidar consigo mesmo, com pessoas e com a vida. Caso contrário, ele não vai desenvolver a criatividade, inovação, não vai suportar o estresse da competição e não vai estar preparado para uma série de desafios que surgem", diz Barroso.
A ideia é fazer com que o aluno se transforme em uma pessoa com índice de felicidade bem desenvolvido, com inteligência emocional alta para que ele não apenas tenha habilidades após a formação, mas durante a faculdade. "Ele terá mais estrutura para lidar com ele mesmo, com o outro e com a vida já durante a faculdade", diz Barroso.
Na disciplina "espiritualidade", o objetivo é fazer com que o aluno entenda a transcendência da vida para que sinta que ele é muito mais do que um cérebro e do que um corpo. "É principalmente, desenvolver um sentido e um propósito para a vida", afirma Barroso.
A ideia, segundo a diretora Ana Paula Casseb, surgiu no ano passado, após uma visita ao Vale do Silício, nos Estados Unidos. Nascia aí o novo método de ensino, o 360, que inclui as disciplinas. O objetivo é o desenvolvimento pessoal dos alunos da instituição. "Não adianta você ser um profissional muito bem capacitado tecnicamente se não tem essas competências comportamentais e emocionais", explica Ana Paula.
Não se trata, segundo ela, de ter sucesso para ser feliz, mas você ser feliz durante o caminho. "Quem vai sobreviver no mercado são aqueles que desenvolverem as habilidades emocionais, o amor, a felicidade e a espiritualidade. Sem isso, não é sustentável", complementa a diretora.
As duas disciplinas serão oferecidas em diferentes semestres dos cursos de graduação.