Todos nós nos preocupamos com alguma coisa. É normal. Pode ser com o trabalho, com a família, com os amigos; isso não é necessariamente uma coisa ruim. De uma maneira simples, a preocupação pode ser entendida como um estado de alerta que serve como defesa do ser humano para ajudar na prevenção de riscos. A preocupação saudável nos permite lidar com os problemas reais da vida: abastecer o carro antes de pegar a estrada, levar uma garrafa d'água, pois podemos sentir sede e não teremos onde encontrar suprimento, manter uma lanterna à mão quando faltar energia elétrica. "No entanto, nos preocupamos desnecessariamente com uma infinidade de coisas durante a nossa vida que passarão muito ao largo do nosso diário de acontecimentos", diz o consultor e palestrante Rubens Sakay.
O norte-americano Robert L. Leahy, um dos mais conhecidos terapeutas do mundo, escreve em seu livro "Como Lidar com as Preocupações: Sete Passos para Impedir que Elas Paralisem Você", que cerca de 85% das preocupações que as pessoas têm não se consolidam. Isso acontece, segundo ele, porque, quando nos preocupamos com alguma coisa, levamos em consideração, na maioria das vezes, o pior cenário e deixamos de considerar outras possibilidades. O autor informa que pensar em outras possibilidades pode ajudar a diminuir o potencial das preocupações.
Por meio de exemplos práticos, ele mostra que mais importante do que nos preocupar com nossas questões é tentar refletir sobre elas à luz da racionalidade, colocando nossas preocupações em perspectiva e enxergando outras possibilidades mais reais e menos trágicas.
Leahy pediu a alguns voluntários que escrevessem sobre suas principais preocupações. Uma das entrevistadas disse que seu maior temor era o de não conseguir pagar suas contas.
O terapeuta explica que pensar sempre no pior cenário faz com que abasteçamos nossa mente com finais trágicos, e essas histórias, por serem mais fáceis de lembrar, tornam-se pensamentos mais acessíveis, passando a impressão de que são reais. O motivo disso é que, quando falamos sobre um evento negativo, nos colocamos em uma história. Da mesma forma, se há intenção de obter um resultado positivo, o ideal é encontrar uma história que leve até ele.
"A preocupação excessiva nas pessoas está relacionada com comportamentos ansiosos e ansiedades de forma geral, comprometendo de forma acentuada a qualidade de vida e o ajustamento pessoal do indivíduo", explica a psicoterapeuta Patrícia Silva Melo, mestre em psicologia e saúde.
Ansiedade é uma reação espontânea ao corpo, porém em excesso, traz consequências prejudiciais para a vida do indivíduo, é causada por emoções de medo, apreensão, relacionadas à percepção de perigo e outros desconfortos emocionais.
- Pratique atividades físicas e busque ações que lhe proporcionem a motivação da vida, sua fé;
- Compreenda o seu valor no mundo, pense em si mesmo;
- Descubra um tempo para si, analise o que realmente descansa suas ideias e pensamentos: filmes, músicas, leituras ou mesmo passeios com amigos e familiares;
- Mude os pensamentos negativos para possibilidades de vida que o façam feliz;
- Comunique-se, verbalize suas emoções com pessoas amigas e confiáveis que estejam disponíveis;
- Busque alternativas para ir em frente.
Fonte: Patrícia Silva Melo