Entre o azul do Oceano Pacífico e o verde da Sierra Madre Ocidental, há um México multicor, pouco conhecido dos brasileiros, mas muito frequentado por americanos e canadenses, principalmente no inverno local, quando a temperatura média é de 25° C.
Puerto Vallarta e Riviera Nayarit não ficam no Caribe, mas têm praias e ilhas paradisíacas, banhadas por águas calmas, límpidas e mornas, e resorts exclusivos. Os mais luxuosos contam com spas e restaurantes premiados e chegam a oferecer serviço de mordomo 24 horas, solicitado por WhatsApp.
Se a grana está curta e a intenção é curtir o básico, visite a região certo de que também sairá de lá com as melhores impressões. A autêntica culinária mexicana pode ser saboreada em barracas à beira-mar. Há albergues e pousadas pitorescas com boas acomodações. A arte local é apreciada em praças e calçadões. E a simpatia e a hospitalidade do povo se estendem a todos os espaços, dos requintados aos simples.
Tanto Puerto Vallarta quanto Riviera Nayarit ficam na parte oeste do México, em estados vizinhos, Jalisco e Nayarit, respectivamente. E estão a menos de uma hora de distância de carro um do outro. Ou seja, conjugar os dois destinos numa só viagem é uma ótima pedida. Para conhecer ambos sem pressa e aproveitar tudo, dos mergulhos no mar à adrenalina dos programas nas montanhas, reserve pelo menos dez dias de folga.
Até o início dos anos 1960, a cidade de Puerto Vallarta era apenas um pacato e esquecido vilarejo de pescadores. Foi quando o cineasta americano John Huston escolheu uma praia do lugar, Mismaloya, como cenário de "A noite do Iguana" (1964). O filme tinha Richard Burton como astro, e o galã viajou para lá acompanhado de Elizabeth Taylor, atriz com quem mantinha um caso extraconjugal. O romance agitou Vallarta, atraindo paparazzi e gerando críticas dos nativos e olhares curiosos do mundo todo.
num aniversário da amada, Burton lhe deu de presente a Casa Kimberly, que agora funciona como um hotel de luxo, com diárias que chegam a US$ 1.495 na alta temporada. Do outro lado do número 445 da Rua Zaragoza, o ator construiu para si uma residência e uniu as duas com a Ponte do Amor, réplica da Ponte dos Suspiros, de Veneza, na Itália.
Os dois atores se casaram em 1964 e mantiveram uma conturbada relação, de ciúmes e brigas, por 12 anos. Após a morte de Burton, em 1984, Taylor permaneceu dona dos imóveis até 1990, quando decidiu vendê-los com tudo dentro, inclusive roupas e fotos do casal.
Seus sedutores olhos azul-violeta estão estampados numa pintura exposta na escadaria azulejada do hotel, que mantém intacto o quarto da atriz, morta em 2011. Estão lá a banheira de mármore cor-de-rosa e formato de coração, feita sob encomenda para ela, e a piscina de azulejos oblongos, onde o casal entretinha amigos famosos.
O ator, por sua vez, dá nome a outra acomodação, adjacente à piscina. Na área externa, uma escultura de bronze do casal icônico num quase beijo rememora o passado romântico daquele espaço.