A primavera chegou trazendo com ela uma infinidade de flores com suas cores e aromas múltiplos e grandes floradas que trazem uma beleza ímpar às paisagens. Mas o que deveria ser motivo de alegria para todos é motivo de preocupação para muita gente, já que, com ela, vem a polinose que nada mais é do que alergia ao pólen. Comum na primavera, doença já acomete 8,2% da população mundial, ou seja, mais de 600 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
A polinose é uma rinite alérgica estimulada pelo pólen das flores, árvores e plantas herbáceas que, quando espalhadas na cidade pelo vento, causam rinoconjuntivite e asma.
Se os seus olhos ficam vermelhos, inchados, com lacrimação e, além disso, há presença de espirros, coceira, obstrução e escorrimento nasal nesta época do ano, é possível que você esteja com polinose. Esta alergia pode ser induzida apenas por pólen ou associada aos agentes alergênicos, como poeira, pelos de animais, ar-condicionado e agravada pela poluição e tempo seco.
Mas, calma, você não precisa ficar trancado em casa e perder o encanto da época. Segundo o médico Edgard da Veiga Lion Neto, com alguns cuidados simples é possível minimizar os efeitos da doença.
Essa é também a época típica das crises alérgicas em todas as partes do sistema respiratório: as rinites, faringites, laringites, traqueítes, bronquites e também a asma. "São as doenças alérgicas que acometem respectivamente o nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões", explica a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, professora da da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Quando essas alergias são tratadas logo, elas podem melhorar em pouco tempo; em outros casos, a reação alérgica se agrava com uma infecção viral ou bacteriana. "Neste caso, o que já era ruim consegue ficar pior, pois surgem as sinusites, otites e oneumonias, que são as doenças infecciosas que acometem respectivamente os seios da face, os ouvidos e os pulmões", explica.
As doenças alérgicas do sistema respiratório ocorrem porque, além do pólen das flores nesta época, elas inalam poeira, fumaça de cigarro ou de automóveis, cheiro de perfume ou de produtos de limpeza. "Com essa entrada, algumas regiões do sistema respiratório começam a reagir de modo muito forte e rápido com a intenção de expulsar o inalante que lhe fez mal. A diferença entre essas doenças é qual parte do sistema respiratório vai reagir mais fortemente e qual sintoma vai produzir: espirros, tosse, abundância de secreção, chiado no peito", diz.
Já as doenças infecciosas ocorrem por causa da entrada de algum vírus, bactéria ou fungo, que, muitas vezes, já encontram o organismo debilitado por tentar se defender da reação alérgica. "Os sintomas podem ser os mesmos das doenças alérgicas, mas geralmente são mais fortes e mais rebeldes aos remédios usados", explica.