- sábado, 07 de julho
- .
Se você se perder durante passeio pelo jardim ecológico Uaná Etê, em Vassouras, não se preocupe. A musicista Cristina Braga, proprietária do lugar, avisa que, apesar de não haver placas em dez quilômetros de trilhas (o espaço todo ocupa 135 mil metros quadrados), encontrar-se é fácil. De qualquer forma, o desejo dela é este mesmo: que as pessoas "se esqueçam do tempo, ouçam o silêncio e se percam", diz.
Criado em 2014, o bosque fica a cerca de 15 minutos do Centro Histórico de Vassouras, na região conhecida como Vale do Café, que está localizado a duas horas e meia do Rio e reúne 15 municípios do Sul Fluminense. Visitar a propriedade da harpista é uma forma diferente de conhecer o território, famoso pelas fazendas centenárias.
É um espaço onde experiências lúdicas predominam. Na recepção, o visitante ganha uma fita de cetim para pôr na Árvore das Infinitas Possibilidades, criação de Cristina e do marido, o compositor Ricardo Medeiros. Você escreve um desejo nela, amarra no tronco e... Bem, tenha fé.
Há ainda o Bosque dos Sinos, o Labirinto da Música, o Jardim dos Cristais, o Caminho das Acácias (um percurso de exercícios de um quilômetro e meio desenhado pelo mestre de ioga Murali Das) e uma escultura batizada de Circuito do Agora, do designer Rafael Maia, "que simboliza a vida, que é circular", explica Cristina.
Para descansar ou fazer piquenique, cinco grandes gramados oferecem bela vista panorâmica. Se quiser contemplar as copas das árvores, a sugestão é deitar nas teias instaladas em outro ponto do jardim. Elas estão lá para isso.
O Uaná Etê mantém uma extensa programação cultural, que inclui o Festival de Luzes, uma celebração do solstício de inverno com visitação e mostra de designers de luz (até 30 de junho), e o Flor Atlântica, festa da primavera devotada à natureza e à arte (de 5 a 9 de setembro).
Cazuza
No Centro Histórico de Vassouras, a novidade é o Centro Cultural Cazuza, que Lucinha Araújo, mãe do cantor, inaugurou em maio. A casa que o abriga é onde Lucinha nasceu. Daí vem a ligação com o espaço e com Vassouras. "Eu e Cazuza passamos muitas férias lá. E foi onde conheci o João", diz Lucinha, referindo-se a João Araújo, produtor musical, pai de Cazuza (1935-2013).
Ela e o empresário Fernando Vianna investiram R$ 2 milhões na reforma do local, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e onde antes funcionava a Casa de Cultura Tancredo Neves, mantida pela prefeitura. Mudou o nome, mas a programação de exposições e concertos foi mantida. A Biblioteca Municipal Maurício de Lacerda, que funcionava ali, foi transferida para o Palacete do Barão de Itambé, ao lado. Ficaram apenas os livros que contam a história de Vassouras, segundo o subsecretário de Cultura do município, Marcelo de Freitas.
O segundo andar é dedicado exclusivamente a Cazuza. Estão expostas a escrivaninha que o artista usava na infância (e onde, segundo Lucinha, Cazuza aprendeu a escrever), peças de roupa e fotos de shows. Na entrada, há uma estátua do cantor, feita por Christina Motta, responsável também pela escultura de bronze do músico, inaugurada no fim de 2016, no Leblon. A prefeitura de Vassouras continua responsável pela gestão do lugar, e a entrada é gratuita.
Vocação rural
Pela região, os visitantes podem fazer também o tradicional tour pelas fazendas que oferecem experiências gastronômicas e históricas relacionadas à época do Brasil colonial. O passeio ganha reforço em julho, com o Festival Vale do Café, entre os dias 20 e 29.
De acordo com historiadores, no auge do Ciclo do Café, a região era responsável por 75% dos grãos exportados pelo país. A produção minguou, mas muitas fazendas ficaram de pé e viraram atração turística. Há dois anos, quatro delas voltaram a cultivar café a partir de um projeto desenvolvido pelo Sebrae-RJ. E continuam abertas à visitação.
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Diário da Região. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O Diário da Região poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.
Já sou assinante
Para continuar lendo esta matéria,
faça seu login de acesso:
Assine o Diário da Região Digital
Para continuar lendo, faça uma assinatura do Diário da Região e tenha acesso completo ao conteúdo.
Assine agora
Pacote Digital por apenas R$ 16,90 por mês.
OUTROS PACOTES
ou ligue para os telefones: (17) 2139 2010 / 2139 2020