Na velha Las Vegas, tudo se renova. A começar pela rua mais antiga da cidade, a Fremont. É por lá que o tour por Downtown começa e onde está grande parte das atrações. Para chegar lá, saindo da Strip, onde estão os grandes hotéis favoritos dos turistas, são cerca de 20 minutos de carro. De táxi, o trajeto não passa de US$ 20.
A Fremont Experience, na parte coberta da rua que é exclusiva para pedestres, ganhou a tirolesa Slotzilla Zip Line, instalada em 2014. É a expansão de uma antiga, bem menor e mais baixa. Atualmente, são duas linhas: uma que passa pela parte coberta e uma mais alta, que viaja pela área externa. Se der para fazer as duas, melhor. A que voa por dentro é mais interessante quando o telão está transmitindo algum conteúdo. Já o passeio ao ar livre mostra uma visão ampla de toda a área histórica.
Para os menos ousados, e que preferem ficar em terra firme, a Fremont Experience continua sendo uma atração por si só: a cobertura se estende por mais de 450 metros, com cerca de 12 milhões de lâmpadas que formam o maior telão de LED do mundo. A partir das 18h até à 1h, é exibido ali o Viva Vision, embalado por músicas de grupos como The Who, Green Day, Imagine Dragons, entre outros. A programação pode ser acompanhada no site da atração. Em dias especiais, outros conteúdos - como a final da liga de futebol americano (NFL) realizada em fevereiro - podem ser transmitidos ao vivo.
É hora de percorrer a Fremont Street a pé, que tem palcos onde se apresentam artistas locais diariamente, além de diversos bares, de onde é possível assistir a performances. Os cassinos clássicos da cidade ficam nessa parte da rua. Comece na esquina da Main Street, onde está o Golden Gate Casino, o mais antigo ainda em funcionamento: inaugurado como Hotel Nevada em 1906, adotou o nome atual ao incorporar o cassino, em 1955. Em frente está o Plaza Hotel e Casino, fundado em 1971.
As fachadas de néon já levam o visitante de volta para a Vegas de antigamente. E é só por ali, me explica o guia Paco Alvarez, que o turista sentirá o verdadeiro espírito da cidade: são esses os cassinos, de luminosidade baixa e com bares menores, porém, mais autênticos, que atraem os moradores e os visitantes que vêm à cidade, de fato, para curtir uma tarde de jogatina como nos velhos tempos.
Na Casino Boulevard, uma das transversais, duas paradas curiosas e das mais típicas experiências que se pode ter na cidade: em uma esquina, o Golden Nugget Hotel & Casino exibe duas pepitas imensas de ouro, encontradas na região que, juntas, valem quase US$ 1 bilhão. Também há um aquário lá dentro, ao lado da piscina. Do outro lado, fica o Binion's Hotel & Casino, onde é possível tirar foto com uma pilha de notas de US$ 100 que formam US$ 1 milhão. Além das atrações excêntricas, vale o tour pelos dois locais, principalmente na área dos jogos: é para se sentir em um filme da década de 1970.
Imperdível também é se deslumbrar com a arte de rua que ocupa fachadas de prédios antigos e novos. E, ainda sem sair do circuito artístico e histórico, o Museu do Néon é uma pedida. O nome diz a que veio: relembrar os tempos áureos da região.
Novidades gastronômicas
Na onda deste redescobrimento, crescem também opções gastronômicas. O La Comida tem ótimos drinques e menu mexicano vasto. Para o almoço acompanhado de boa cerveja artesanal, visite o Smashed Pig Gastropub, na Fremont Street.
E, claro, a velha Las Vegas também funciona à noite. Uma boa pedida é o Container Park, parque sustentável feito de contêineres. A noite lá é bem animada: um palco recebe artistas da região todos os dias e é possível curtir o show de dentro de um dos muitos bares ao redor. De dia, um parquinho distrai as crianças enquanto os adultos podem apreciar obras de arte ao ar livre, como a escultura The Mantis de um louva-deus feita pelo artista Kirk Jellum para o festival de música The Burning Man, que acontece todos os anos em Black Rock Desert, no próprio estado. Ainda há lojas de roupas, decoração, restaurantes e estúdios de tatuagem.