A suntuosa "Galeria Bassitt"

Muitos edifícios surgem, hoje em dia, em vários pontos da cidade. Entre as avenidas José Munia e Bady Bassitt, o lugar já virou uma "selva de pedra". Até nos velhos bairros da Boa Vista, Maceno e Bom Jesus já se avistam novos edifícios. Mas demorou muito para a transformação.

Fundada em 1852, somente em 1939 surgiu o primeiro edifício, o Caramurú, na rua Jorge Tibiriçá, entre Voluntários de São Paulo e Bernardino de Campos. O segundo foi o Edifício Curti, na confluência das ruas Bernardino de Campos e Silva Jardim. Inaugurado em 1941, ali funcionavam o Hotel e o Cine São Paulo.

O mais imponente da época foi o Edifício Ipesp, na esquina da rua Voluntários de São Paulo com a rua Siqueira Campos. Inaugurado em 1960, foi sede da Caixa Econômica Estadual por muitas décadas. Mas o mais ousado foi, sem dúvida, o Edifício João Bassitt, mais conhecido como "Galeria Bassitt". Com suas linhas arrojadas, moderníssimas e funcionais, o prédio se destaca pelo uso de pastilhas em vez de reboco em seu revestimento. É uma das características do seu construtor, o ex-prefeito Lotf João Bassitt, que fez o mesmo na construção dos edifícios Ione, Bady Bassitt, Leonor e Bechara Hage.

Construído no lugar de um velho sobrado, a Galeria foi inaugurada parcialmente em 1957, pelo proprietário dr. Lotf e pelo prefeito Alberto Andaló. As primeiras lojas a se instalarem foram a Cristalux, a Elegante Modas, Gina Novidades, A Joia Musical, Lojas Renner, Bar do Otávio e a Agência Real Aerovias. O Salão Azul, de Euclides Marques, o lendário Pestana, o Foto Galeria, dos irmãos Manhani, a Livraria Planalto, de Telmo Maia, O Paraíso do Long-Play, Bentinho Alfaiate, entre tantos, marcaram época no local.

A agência Volkswagen Rio Preto Motor, inaugurada em maio de 1961, era o maior estabelecimento do edifício e mantinha oficina no subsolo e um grande painel luminoso no teto. Um gradil de ferro vazado foi introduzido na calçada para os funcionários respirarem melhor. Os corredores amplos e a escada dupla em caracol foi uma novidade e tanto pra época. Foi ponto de encontro da alta sociedade rio-pretense.

A Galeria contava com 11 lojas no térreo, 12 na sobreloja (a Rádio Independência foi soberana ali por décadas), um salão de festas, onde funcionou o restaurante e boate Junco, e que depois foi sede do Jockey Club, do Harmonia Tênis Clube, do Clube Monte Líbano (enquanto reformava a sua sede) e do Rio Preto Esporte Clube. As noitadas do Jockey Clube, sob o comando do ex-deputado Maurício Goulart, marcaram época.

O prédio ainda conta com 28 salas para escritório e 12 apartamentos. No início da década de 1960, a Cometa Filmes fez um volta pelo local, mostrando alguns estabelecimentos comerciais da época. Hoje, degradado, a maioria de suas dependências encontra-se fechada. Uma pena