- Thursday, 21 de February
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A Polícia Federal encontrou nos celulares do empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, que fechou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, diálogos que sugerem a atuação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em favor de empreiteiras. Em umas das mensagens, de abril de 2014, chamou a atenção dos investigadores o fato de Cunha confirmar a Azevedo que atendeu a uma demanda da construtora Odebrecht para modificar um trecho de um projeto de lei “em segredo”.
“Eduardo, estas modificações propostas pela CNO (segundo a PF, referência à Construtora Norberto Odebrecht) estão aceitas pelo governo e a Câmara?”, questiona Azevedo em uma das mensagens. Em seguida, após listar os artigos em que pede modificações, o executivo continua: “Soube por eles: O ponto 1 estará alinhado entre o relator e a Fazenda, mas gostaria de assegurar que é isso mesmo”.
Na resposta, Cunha confirma, mas diz que precisa manter a alteração em segredo. “Esse ponto 1 eu acertei, mas tem de ser em segredo. O segundo não.”
O relatório da PF não deixa claro qual o projeto de lei que os dois discutiram, mas reforça as suspeitas levantadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o peemedebista atuava em favor de empreiteiras no Congresso.
Uma das linhas de investigação contra Cunha no Supremo Tribunal Federal é justamente sobre a suposta atuação do peemedebista para fazer lobby e cobrar recursos de empresas em projetos de leis e medidas em tramitação no Congresso. Em um outro diálogo interceptado, de fevereiro de 2014, Cunha e Azevedo marcam encontro na residência do executivo.
Procurado, o deputado afastado não respondeu até a conclusão desta edição. Por meio de nota, a empreiteira Andrade Gutierrez disse que colabora com as investigações.
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